segunda-feira, outubro 31, 2005

Muito Aprazível

Sem entrar em grandes comparações este parece mais seguro e mais confortável que o primeiro. Ficou para trás aquele rasto de canção de Natal que marcava os temas do album de estreia. A voz está mais sóbria (não cai naqueles exageros perefeitamente desajustados que destroem a harmonia da coisa). As letras são simples tal como a sonoridade. Tem um ambiente muito próprio, transpira autenticidade num registo extremamente calmo e descontraído.
Muito descontraído mas sem lugar para desleixos. Muita personalidade num trabalho levemente criativo.

domingo, outubro 30, 2005

É o que dá...


...quando o construtor civil se põe a micar os decotes das garotas que passam na rua!

sábado, outubro 29, 2005

Morto ou matado

Segundo parece, o verbo matar assim como uma enorme lista de outros verbos têm duplo particípio passado. Diz-se que têm uma forma regular que neste caso é o matado, e uma forma irregular que neste caso é o morto. Tanto quanto eu consegui apurar a forma regular é usada com os verbos ter e haver: ter matado, haver matado; a forma irregular é indicada para ser usada com os verbos ser e estar: ser morto, estar morto. Esta regrinha é extensível a todos os verbos com duplo particípio passado.

Obrigado, Luís.

quinta-feira, outubro 27, 2005

Convite à Imaginação

Fui conduzido ao site oficial da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira onde encontrei o seguinte anúncio:

"TORNEIO DE FUTSAL COM JOGADORES INVISUAIS
22 de Outubro - 15h00
Polidesportivo da Quinta Municipal da Piedade
O Pelouro de Desporto da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e a Associação de Cegos e Amblíopes de Portugal (ACAPO), organizam um Torneio de Futsal, em que os atletas são invisuais. Este encontro desportivo está marcado para sábado, 22 de Outubro, entre as 15h00 e as 17h00, no Polidesportivo da Quinta Municipal da Piedade e pretende, mais uma vez, demonstrar que certas deficiências físicas não têm necessariamente que ser empecilhos na vida das pessoas.Venha assistir. A organização conta com a sua presença."

Já achei mais impossível encontrar um invisual a conduzir um automóvel.

segunda-feira, outubro 24, 2005

Quem perdeu, perdeu.

Não planeava se quer testemunhar o evento e foi no último dia que, a título de sugestão quase imperativa, fui psicologicamente arrastado até lá. São(eram) 12 espaços decorados, preenchidos mas acima de tudo muito bem aproveitados. Cada espaço um arquitecto e cada arquitecto uma mente criativa que se envolve no sentimento da sua dimensão. Em comum, todos estes espaços respiram de satisfação de ego equilibrado. Lugares de sonho perfeitamente reais. Vale os 3 euros, não é nehum desperdício de tempo e muito menos de espaço.

sexta-feira, outubro 21, 2005

De Quem é a Culpa?


Considero "The Cardigans" uma banda regular de muita qualidade e espero sempre com muita ansiedade o lançamento de mais um disco. No dia 17 de Outubro saíu "Super Extra Gravity" cujo conteúdo, por enquanto, desconheço.
A capa é bonita, não há dúvida, mas questiono a sua intenção quando olho para as capas dos outros albuns, com um ar muito mais familiar. Habituei-me ao discreto e tão sedutor charme implícito de Nina (em que só eu reparava) e sinto um certo desconforto em vê-la aqui deitada no chão meia desnuda em jeito de provocação. Ou o album roça o mau ou é simplesmente irreverente ou então o problema está na editora: "Nina, está na hora de mostrares as perninha, upa". É claro que existe sempre uma explicação, uma desculpa esfarrapada: É pá, isto tem tudo que ver com o nome do album. A gravidade é tão elevada que a senhora, simplesmente, não se aguenta de pé e é então por isso que aparece assim estatelada.

Bom, em todo o caso a curiosidade de ouvir este trabalho não se desvaneceu, e depois de o ouvir faço o meu juízo final.


terça-feira, outubro 18, 2005

O Anel Vaginal




Não confundir com um cock ring.
Este magnífico objecto, fruto do progresso científico e tecnológico, não é um brinquedo de estirpe sexual e muito menos um potenciador da actividade sexual. Ora o meu medo é que muito boa gente venha a confundir este contraceptivo hormonal, suave e flexível, com cerca de cinco centímetros de diâmetro, com um objecto geometricamente igual mas indicado para aumentar o fluxo sanguíneo no pénis e assim estimular o poder de erecção.
Fica só o aviso.

Chama-se Oportunismo

Átrio do icbas. A colega Inês rende-se à vontade de ir à casa de banho e retira-se para o efeito. Em 30 segundos estava de volta anunciando que havia uma colega que não se estava a sentir bem e solicitou ajuda. Imediatamente 3 ou 4 rabos (ou talvez menos) saltaram das cadeiras da mesa em direcção à casa de banho. De nada serviu este impulso repentino, fiquei à porta. Daí a pouco alguém la dentro pediu um copo de água com açucar e eu ofereci-me para o ir buscar. No bar estava uma senhora roliça que abordei em tom rogativo: "Uma colega.. boa tarde, uma colega está a sentir se mal, pode arranjar-me um copo de água e açucar!?" A senhora respondeu prontamente: "É para já", enquanto rapidamente juntava um copo, 3 pacotes de açucar e uma garrafita de quarto de litro LUSO (tão natural como a sua sede), "vá, vá, vá e depois paga, vá rápido!". Não queria acreditar que aquela senhora, a única sem avental ali, salvo o erro, a dona daquela amostra de cantina a que eufemisticamente chamam "Bar do ICBAS" se estava a aproveitar de uma baixa de tensão para aumentar o rendimento diário do seu belíssimo negócio. E não me ludibriem com a história de que a água na rede pública no Porto tem isto ou aquilo até porque o copo que acompanhava a garrafita de água do LUSO estava inaceitavelmente conspurcado.
Trouxe o água. A rapariga ficou fina num instante. Tudo acalmou. Voltei ao bar para proceder ao pagamento: "Quero pagar a água. Quanto é?", "Oh, mas não era preciso, são 35 cêntimos, mas olhe que não era preciso"
Isto é que é uma mulher de negócios!

Nas Finanças

Entra uma senhora, com a sua idade, pelo espaço designado para as finanças no Porto adentro. Trazia, não obviamente mas em princípio, a neta pela mão. A fila era razoável mas ainda assim a senhora achou que não seria mal pensado dirigir-se directamente ao balcão de atendimento. Ali ficou durante cinco minutos encostada, body and soul, enquanto gritava com a suposta neta: "Ta queta, Deolinda!", "Deixa o senhor em paz", "Oh Deolinda tu não consegues tar queta", "Tu lebas, tas a oubir, tu lebas". A miuda não era um anjo na Terra e muito menos um vegetal mas a talvez avó, essa sim, estava a dar o real show.
Estava próximo de ser atendido quando a, e agora sim, avó da Deolinda abordou a caixeirinha das finanças para lhe propôr um negócio: "Ai que a senhora é que me podia fazer o jeito de anteder, que até é uma coisa rápida. A minha neta anda aqui a chatear toda a gente e eu já não tenho paciência pa canalha". O negócio não parecia interessar à caixeirinha: "A senhora tem que aguardar a sua vez", a avó da Deolinda não desiste, plano B: " Se a senhora soubesse o que me custa estar em pé, é da reumatite!", definitivamente o negócio não interessa à caixeirinha: "Pode aguardar sentada. Quando for a sua vez eu chamo-a". A senhora respira fundo em jeito de a vida só me dá ralações, a caixeirinha amortece a situação e quase violentamente arranca a papelada que a senhora tinha em mão: "Deixe me ver o que é?", 3 segundos, "Caixa 2, não é aqui, à sua esquerda onde está aquele senhor!". A fila tinha só e apenas este senhor e eu pensei: "está resolvido". "Fogo, caralho pó caralho, se fosse a colega da manhã já me tinha atendido, fogo... caralho", diz e sai porta fora. A neta corre atrás.